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13 de outubro de 2010

Tráfico de Órgãos

Criminosos movimentam por ano de US$ 7 milhões a US$ 12 milhões no mundo
O problema do comércio ilegal de órgãos vai se tornando, cada vez mais, de difícil solução porque, ao que tudo indica, o embate se aprofunda, de um lado, na contrariedade de interesses poderosos tendo em vista as grandes somas de dinheiro nele envolvidas e, de outro, num certo desinteresse da própria sociedade em discuti-lo.
Segundo indícios que vêm desvendando fatos, desaparecimentos ou homicídios de crianças e jovens estão, por vezes, ligados ao tráfico de órgãos. Não podemos perder de vista os lamentáveis crimes cometidos em Altamira, com a eliminação de um número significativo de jovens que tiveram seus corpos mutilados em clara atuação de grupos empenhados nesse comércio.
O tráfico de órgãos também assume a modalidade chamada “turismo de transplantes”, realizado por pacientes do Norte rico que viajam para comprar órgãos retirados de homens, mulheres e crianças de nações do Sul pobre onde essas transações não estão reguladas. Órgão humano tem tabela de preços: esta tabela é estipulada pela máfia. Relação de preços de órgãos humanos cobrados pelos criminosos: Coração; R$ 100 mil reais, córnea R$ 20 mil, Rim: R$ 80 mil reais, Fígado: R$ 30 mil, Pulmão: R$ 60 mil, Pâncreas: R$ 30 mil e o cadáver inteiro R$ 30 mil reais. Estima-se que corresponda ao tráfico, 5% dos transplantes de rins praticados no mundo. Mas a quantidade de transplantes de tecidos, entre eles os de córnea e válvula cardíaca, é muito maior, embora não haja números oficiais.
A Assembléia Mundial da Saúde, órgão reitor da OMS, acordou em 1991 uma série de “princípios-guia sobre transplantes de órgãos humanos”. Entre esses princípios figura a proibição de dar e receber dinheiro ou qualquer transação comercial na matéria, mas essa restrição não inclui os gastos com a recuperação, preservação e envio dos órgãos. Também enfatizam a proteção de menores de idade e outros setores vulneráveis da coerção ou indução imprópria para doar órgãos. A proibição do lucro também é essencial para consolidar um sistema de doações baseado no principio do altruísmo, tanto de doadores vivos como de falecidos, diz o estudo.

Alguns Casos...
Médicos são acusados de tráfico de órgãos
Brasileiros e romenos receberiam 6.000 dólares em média por seus rins
Cinco médicos sul-africanos são acusados de realizar transplantes ilegais de rins em pacientes israelenses, com órgãos comprados de brasileiros e romenos. Segundo a acusação, aconteceram 109 operações ilegais entre 2001 e 2003. "Os rins procediam inicialmente de cidadãos israelenses, mas depois foram recrutados cidadãos romenos e brasileiros, cujos rins eram muito mais baratos", afirma a acusação, reproduzida pela imprensa. Os israelenses recebiam em média 20.000 dólares por seus rins, enquanto brasileiros e romenos vendiam os órgãos por 6.000 dólares em média.

Rim para exportação
A polícia descobre o maior esquema de tráfico de órgãos humanos, com conexão na África do Sul
O comprador: um dos maiores pólos médicos do mundo, em Durban, na África do Sul. Os fornecedores: moradores da periferia do Recife. O valor: até US$ 10 mil por unidade. O produto: rins humanos. Esse é o resumo do maior caso de tráfico de órgãos no Brasil descoberto pela Polícia Federal, que prendeu 11 pessoas, inclusive dois israelenses. A ação, batizada de Operação Bisturi, transformou em inquérito uma das mais temidas lendas urbanas, a da máfia de retirada de órgãos humanos.

Moysés Lopes

Um comentário:

  1. Recomendo como complemento ao texto, a leitura deste blog: http://ppavesi.blogspot.com

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