
Segundo indícios que vêm desvendando fatos, desaparecimentos ou homicídios de crianças e jovens estão, por vezes, ligados ao tráfico de órgãos. Não podemos perder de vista os lamentáveis crimes cometidos em Altamira, com a eliminação de um número significativo de jovens que tiveram seus corpos mutilados em clara atuação de grupos empenhados nesse comércio.
O tráfico de órgãos também assume a modalidade chamada “turismo de transplantes”, realizado por pacientes do Norte rico que viajam para comprar órgãos retirados de homens, mulheres e crianças de nações do Sul pobre onde essas transações não estão reguladas. Órgão humano tem tabela de preços: esta tabela é estipulada pela máfia. Relação de preços de órgãos humanos cobrados pelos criminosos: Coração; R$ 100 mil reais, córnea R$ 20 mil, Rim: R$ 80 mil reais, Fígado: R$ 30 mil, Pulmão: R$ 60 mil, Pâncreas: R$ 30 mil e o cadáver inteiro R$ 30 mil reais. Estima-se que corresponda ao tráfico, 5% dos transplantes de rins praticados no mundo. Mas a quantidade de transplantes de tecidos, entre eles os de córnea e válvula cardíaca, é muito maior, embora não haja números oficiais.
A Assembléia Mundial da Saúde, órgão reitor da OMS, acordou em 1991 uma série de “princípios-guia sobre transplantes de órgãos humanos”. Entre esses princípios figura a proibição de dar e receber dinheiro ou qualquer transação comercial na matéria, mas essa restrição não inclui os gastos com a recuperação, preservação e envio dos órgãos. Também enfatizam a proteção de menores de idade e outros setores vulneráveis da coerção ou indução imprópria para doar órgãos. A proibição do lucro também é essencial para consolidar um sistema de doações baseado no principio do altruísmo, tanto de doadores vivos como de falecidos, diz o estudo.
Alguns Casos...
Médicos são acusados de tráfico de órgãos
Brasileiros e romenos receberiam 6.000 dólares em média por seus rins
Cinco médicos sul-africanos são acusados de realizar transplantes ilegais de rins em pacientes israelenses, com órgãos comprados de brasileiros e romenos. Segundo a acusação, aconteceram 109 operações ilegais entre 2001 e 2003. "Os rins procediam inicialmente de cidadãos israelenses, mas depois foram recrutados cidadãos romenos e brasileiros, cujos rins eram muito mais baratos", afirma a acusação, reproduzida pela imprensa. Os israelenses recebiam em média 20.000 dólares por seus rins, enquanto brasileiros e romenos vendiam os órgãos por 6.000 dólares em média.
Rim para exportação
A polícia descobre o maior esquema de tráfico de órgãos humanos, com conexão na África do Sul
O comprador: um dos maiores pólos médicos do mundo, em Durban, na África do Sul. Os fornecedores: moradores da periferia do Recife. O valor: até US$ 10 mil por unidade. O produto: rins humanos. Esse é o resumo do maior caso de tráfico de órgãos no Brasil descoberto pela Polícia Federal, que prendeu 11 pessoas, inclusive dois israelenses. A ação, batizada de Operação Bisturi, transformou em inquérito uma das mais temidas lendas urbanas, a da máfia de retirada de órgãos humanos.
Moysés Lopes
Recomendo como complemento ao texto, a leitura deste blog: http://ppavesi.blogspot.com
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